Saint Seiya - A Saga da Safira - Capítulo 01


No século XIX, exatamente 1 século depois da Guerra Santa contra Hades em que Dohko de Libra e Shion de Áries participaram, a Terra volta à paz. Com Sasha, a reencarnação da Deusa Athena sumida, o santuário volta a ficar à mercê de perigos.



Antes de começar a história, algumas notas a respeito: Esse capítulo teve cenas baseadas no spin-off Lost Canvas e algumas coisas da cronologia foram alteradas, outras, ignoradas. Portanto, essa fic não se passa no universo de Lost Canvas! Apenas um universo parecido.

E agora com vocês, o primeiro capítulo de Saint Seiya - A Saga da Safira:

Grécia, 1743...
Dohko estava de joelhos chorando ao lado de Shion. O cavaleiro de Áries abre os olhos ouvindo gemidos de raiva e tristeza misturados. Ele, ainda deitado com o rosto para o chão, vira sua cabeça e olha para o amigo.
- E-Este é... O santuário? - diz Shion um tanto que atordoado ainda – Dohko... A Senhora Atena...?! Hades está...
Por um momento, Dohko não diz nada. Ele parecia em choque ou algo parecido. Preocupado, Shion ergue o braço e toca o amigo que volta a si.
- Shion...! - dizia o cavaleiro de libra surpreso – A senhora Atena disse que... - ele leva a mão a um ferimento na barriga e olha pro amigo – Que a partir de agora... É nosso dever vivermos …
- ... Sim! - diz Shion ao ser levantado finalmente por Dohko e com o sol refletindo em seus cabelos loiros – Devemos conectar essa era com o futuro!

Santuário, 100 anos depois...
Shion olhava o Santuário do alto da casa do mestre. Ele escuta passos leves se aproximando e se vira.
- Oh, é você velho amigo? - diz ele com um pesar na voz – Então chegou a hora?
- Sim. Devo levar nossa missão adiante.
- Cuide-se, Dohko.
- Pode deixar. E obrigado! Eu realmente agradeço por conseguir tempo em consertar minha armadura. - dizia ele sorrindo – Err... Devo te chamar de “alteza” agora?
- Não tire sarro, Dohko. - responde Shion com um sorriso pequeno no rosto.
- Qual o problema? Me deixe rir um pouco pelo menos agora que o perigo passou. E agora que temos esse santuário enorme e futuro diante de nós. Agora só depende de nós mesmos. Os cavaleiros perdidos foram destruídos e o cosmo de Hades se foi. No fim das contas, A senhora Atena e o Pégaso nunca voltaram. E o santuário começa a se reerguer.
- Mas... - dizia Shion com lamento ao se lembrar dos companheiros e dos momentos difíceis que haviam passado – Ainda resta uma coisa que precisamos fazer.
- Hã?
- Devo fazer este santuário voltar a ser como era a 100 anos atrás, agora que sou o Mestre do Santuário. E você, meu amigo, deve selar as 108 estrelas demoníacas do exército de Hades dentro do rosário que nossa deusa entregou a você. E observá-los sob os cinco picos antigos.
- Sim, verdade. Acho que... Não tenho tempo pra sentar e bater papo. - responde Dohko.
Os dois se despedem e Dohko parte sem saber que nunca mais se veriam durante mais 143 anos. Shion volta para o interior do salão e se senta encarando a porta e suspira.
- ... Uma porta que jamais deve se abrir... - pensava ele em voz alta – Mestre Sage... - ele olha em volta - Ainda consigo sentir seu poder aqui. Neste salão deserto e solitário. Essa sensação vaga está se provando um inimigo poderoso.
Ele se vira para o lado lembrando sempre de seu mestre, o cavaleiro de prata de altar. Ele empunha o capacete de grande mestre e o encara.
- Essa máscara... Esse trono... E esse manto... Quando será que me sentirei a vontade os usando?
De repente, uma forte brisa passa pelas entranhas de Shion.
- Essa sensação... – pensava ele – Justo agora que Dohko partiu?! – A porta principal do salão se abre surpreendendo a ele mais ainda – A porta se abriu?! Quem está aí?!
- Sou eu, alteza... - diante de Shion aparece um rapaz de pele morena e longos e lisos cabelos brancos. Ele trajava uma armadura de ouro - ... Alrisha de Peixes.
Dohko descia as escadas do santuário se lembrando de como ele havia chegado até aquele momento. Ele jamais se esqueceria daquele momento com Atena. Ela se aproximava dele em campo de batalha e então toca seu coração emitindo automaticamente um feixe de luz. O coração de Dohko parecia bater mais lentamente.
- Mas, o que...?! – pensava ele – Meu coração parou...?! – Senhora Atena, o que a senhora...?!
- Misopheta Menos! Agora o seu coração não baterá mais do que 100 mil vezes por ano. - dizia ela com um olhar calmo e doce, como se sentisse aliviada – o equivalente a um coração humano normal.
- Ugh! - Dohko sentia muita dor, a guerra havia acabado a apenas alguns minutos ali, porém, não sabia o que doía mais: seu corpo ou a perda de seus amigos cavaleiros.
- Sinto muito, Dohko. Mas precisamos finalizar isso. E portanto, na condição de Atena, ordeno a você e Shion: vocês viverão pelos próximos 200 anos e se prepararão para a próxima Guerra Santa!!
- Teleporte... – pensava ele ao sentir um formigamento por todo o corpo, como se suas moléculas estivessem se agitando - ...Estamos sendo levados de volta pra Terra... – ele tenta se levantar enquanto segurava Shion pelo braço – ESPERE!! ATENA!!!
Ela se vira desaparecendo com o cavaleiro de pégaso em uma Kamui com um rapaz de cabelos castanhos nos braços.
A lembrança daquele dia ainda era viva na cabeça de Dohko que tem suas lembranças cortadas de repente, com o surgimento repentino de uma pessoa na frente dele.
- Você...! - diz ele se recuperando do susto – Não apareça assim de repente na frente de um cavaleiro de ouro, quer acabar morrendo?!
- A-Ah! D-Desculpe, mestre Dohko! - diz um jovem de cabelos castanhos e cheios com uma túnica grande com desenhos de listras pretas nas pontas.
- Você não precisa me chamar de mestre.
- Ei... - dizia uma voz de trás do garoto – Não incomode o senhor Dohko!! - um rapaz de cabelos espetados e cacheados, loiros, usando uma roupa do século XIX e segurando em suas costas uma caixa grande com o desenho de uma cruz – Por acaso já esqueceu quem ele é?! Este é o cavaleiro de ouro de libra, sobrevivente da lendária Guerra Santa.
- Eu sei disso! - diz ele dando língua logo em seguida. Nessa hora, o garoto leva um tostão na cabeça, vindo de um outro rapaz.
- Você deve ter mais respeito por Kraisto também! - diz o rapaz – Afinal de contas, ele é um cavaleiro de prata assim como eu, a segunda classe dos cavaleiros de nossa deusa Atena!
O rapaz também usava roupas do século XIX, tinha cabelos lisos e negros assim como os olhos.
- Ian, Kraito, já chega!! - diz Dohko – Não quero saber de confusão no santuário. Deixem ele em paz.
- Mas, senhor... - dizia Kraito.
- Tudo bem, senhor Dohko, como quiser! - dizia Ian tocando no ombro do cavaleiro e fazendo sinal de “não” com a cabeça.
- Assim está melhor. Mas afinal, garoto, o que veio fazer aqui?
- Soube que o senhor está de partida e que talvez não volte mais, só queria me despedir.
Dohko se vê surpreso. Ele abre um sorriso e toca a cabeça do garoto. Em seguida ele continua seu caminho dando tchau sem olhar. Logo que ele some da vista dos dois cavaleiros, eles voltam a perturbar o garoto.
- Então você queria se despedir do senhor Dohko, não é?! - dizia Kraisto bagunçando o cabelo do rapaz.
- O que você acha que vai conseguir com essa bajulação toda...?! - dizia Ian pondo o dedo na cara do garoto – Não me diga que... - ele para por um instante e então começa a dar gargalhadas – Hahahaha! Você não está achando que vai ser mesmo um cavaleiro um dia não é mesmo, pirralho?!
- Eu sei que vou!! Vou sim!!! - diz o garoto dando língua.
- Hahahaha, não seja bobo! - ria Kraisto tirando sarro da cara dele – Você jamais vai se tornar um cavaleiro, nem mesmo despertar o cosmo você conseguiu até hoje! Hahahah
Não muito longe dali, nos arredores do santuário, uma amazona trajando uma armadura prateada azul-piscina caminhava tranquilamente. Seu rosto era escondido por uma máscara com um desenho de ondas nas laterais, onde seriam as bochechas. Seus cabelos eram lilases, longos e cacheados. As ombreiras de sua armadura eram compridas e pontiagudas, como se fossem barbatanas de um peixe ou algo assim. Em sua cabeça havia uma tiara com pontas compridas nas laterais que lembravam barbatanas também. Sua armadura protegia as pernas, os braços, seios, ombros e cabeça. Ela então, para de repente e olha em volta como se sentisse algo.
- Essa presença que estou sentido... - pensava ela em voz alta, era uma voz forte – Quem está aí?!
- Hahahaha, é realmente uma amazona de Atena! - dizia uma voz parecendo que vinha do além – Já percebeu nossa presença...
Diante dela, aparecem soldados trajando uma armadura azul bem escura. Era tão escura que quase chegava a ser preta, elas brilhavam intensamente, como se fossem feitas de alguma pedra preciosa. Não lembravam animal ou ser mitológico algum.
- Quem são vocês?! - diz a amazona – O que querem aqui?!
- O que queremos não é da sua conta! - diz o guerreiro que estava bem à sua frente, notava-se ser o mesmo que começara a conversa – Só o que precisa saber é que se ficar em nosso caminho, vai morrer!
- Hunf... Quanta petulância! - diz a amazona – Não querem dizer? Pois bem! Serão encaixotados daqui pela amazona de Dourado! - ela queima seu cosmo fazendo projetar bolhas de água. As bolhas flutuam até os inimigos que começam a rir da cara dela. De repente, elas aumentam engolindo os inimigos.
- E-Ei! O que está acontecendo?! Tire-nos daqui!!! - dizia o guerreiro.
- Desapareçam daqui! - ela então estrala os dedos – Explosão de Bolhas!!! – as bolhas explodem com os guerreiros que caem cuspindo sangue e morrendo bem ali – Hunf... Foi fácil demais... O que quer dizer que o santuário pode estar em perigo, é melhor eu avisar vossa alteza!
No que a amazona de prata se vira, ela sente seu corpo sendo segurado. Confusa, ela tenta se mover, mas parecia inútil.
- Tola!! Achou mesmo que seria tão fácil assim? - dizia uma voz à frente dela.
- O quê?! Outro?! Quem é?!
Da escuridão aparece outro guerreiro com uma armadura tão brilhante quanto a dos que ela acabara de derrotar. Porém, num tom de azul um pouco mais claro e essa lembrava uma brisa. Sua armadura era cheia de voltas como se lembrassem ventos realmente com alguns pedaços de uma pedra preciosa. Ombreiras largas e lisas e usava uma tiara na cabeça. Por baixo da vestimenta, ele usava uma espécie de túnica branca.
- Sou Aulo, a safira do vento congelante!
- Safira do vento congelante?! - dizia ela desesperada sem conseguir se mover.
- Exatamente! No momento, minha brisa já deve ter penetrado seu corpo, em breve, você estará congelada tanto por dentro quanto por fora. É inútil resistir!! Hahahaha. Devo admitir, para uma amazona de prata, você é bem decepcionante!
- N-Não posso ser derrotada assim... - diz a amazona se movendo com dificuldade – Pelo menos um golpe eu ainda posso desferir contra você! - o cosmo da amazona queima novamente, a barbatana do braço direito dela começa a manifestar uma energia de água – Lâmina Cortante!!!
A amazona move seu braço direito para a frente lançando a lâmina de água, porém, o guerreiro cruza os braços se defendendo.
- Nossa... Essa foi por pouco! Foi realmente um poder incrível, digno de uma amazona de prata. - diz o guerreiro – Mas era óbvio que eu não morreria tão fácil assim, você no máximo conseguiu me ferir e... - o guerreiro logo percebe que a amazona na frente dele estava morta. Seu corpo havia congelado por completo – Morreu... Tola, gastou suas últimas energias dessa forma... Muito bem, acho que meu trabalho terminou aqui.
Como que em instantes de segundos, a imagem de uma ave avança contra o guerreiro que desvia rapidamente e olha assustado.
- O quê?! - diz ele sem entender – O que foi isso?!
- Aquilo fui eu! - diz um rapaz de cabelos castanhos e curtos. Ele trajava uma armadura azul de prata com detalhes brancos. A armadura cobria seu peitoral, o ombro direito e o braço direito, assim como as batatas das pernas. Em sua cabeça havia uma tiara com o rosto de uma ave – Altair de Águia! Eu serei seu oponente!
Continua...

Personagens que apareceram nesse capítulo:
Dohko

Shion

Shee

Kraisto

Ian

Soldado Safira

Dora de Dourado 
Aulo de Vento Congelante
Altair de Águia

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